
Conversando sobre Anúbis: o deus egípcio da morte
E aí, quer saber sobre Anúbis? Excelente escolha! Ele é, disparado, um dos deuses egípcios mais icônicos, e com razão. Quando a gente pensa naquelas pirâmides gigantes, nos hieróglifos misteriosos e na ideia de vida depois da morte que os egípcios levavam tão a sério, o Anúbis tá ali no meio de tudo isso. Não era só um figurão; ele tinha um papel fundamental, especialmente no que dizia respeito ao fim da vida aqui na Terra e ao começo da jornada pro outro lado. Muita gente associa ele direto com a morte, o que não tá errado, mas é um pouco simplista. Ele era mais o “gerente de transição”, entende? O cara que preparava tudo.
O guardião do além: o visual e os primeiros trabalhos
Primeiro, vamos falar do visual. A imagem clássica de Anúbis é a de um homem com cabeça de chacal ou, às vezes, ele aparece como o próprio animal. Agora, por que um chacal? Pensa comigo: chacais eram animais que rodeavam os cemitérios nas beiradas do deserto no Egito antigo. Eles apareciam onde tinha gente enterrada. Por isso, os egípcios ligaram a figura do chacal à morte e ao mundo dos mortos desde épocas bem antigas. Anúbis, então, virou o protetor dessas necrópoles, o guardião dos túmulos. Era ele que, lá no comecinho da mitologia egípcia, antes de Osíris virar o “chefão” do além, era o principal deus associado a esse universo pós-vida. Ele cuidava dos mortos, das sepulturas e, olha só, da mumificação.

Anúbis, o cara que preparava pro outro lado
Falando em mumificação, esse era um dos trabalhos mais importantes de Anúbis. Os egípcios acreditavam que, para a alma (o “ka” e o “ba“) ter uma chance no pós-vida, o corpo precisava ser preservado. Aí que entrava todo aquele processo complicado de tirar órgãos, secar o corpo com natrão, enfaixar tudo com linho… Era um ritual super sagrado. E quem supervisionava isso? Anúbis, ou melhor, os sacerdotes que usavam máscaras de chacal pra representá-lo durante o processo. Pensa nisso como uma cirurgia espiritual e funerária de altíssimo nível, com Anúbis sendo o mestre de cerimônias. Ele garantia que o corpo estivesse pronto, o que era um passo crucial pra alma poder seguir viagem. Sem um corpo preservado, a alma ficava meio que sem um “endereço” pra voltar, e isso era um problemão pro egípcio antigo.
Guiando a alma na jornada para o Duat
Tá, corpo preparado, e agora? A alma (o “ba”) tinha que sair da tumba e começar a jornada pelo Duat, que era o submundo, um lugar cheio de desafios e monstros. Era tipo um videogame de fases difíceis, sabe? E nesse caminho, quem você queria ter do seu lado? Anúbis, claro! Ele não era só o preparador, ele era também o guia. Ele ajudava a alma a navegar por esse mundo perigoso, a encontrar o caminho certo e a evitar os perigos. Era como um GPS confiável na escuridão. Essa função de guia é super importante, porque mostra que ele não era só sobre o fim, mas sobre a transição e a proteção durante essa passagem complicada.
A pesagem do coração: o momento decisivo
Depois de toda a jornada pelo Duat, a alma chegava no Salão das Duas Verdades, pra ser julgada. Esse é talvez o momento mais famoso associado ao pós-vida egípcio, e Anúbis tá bem no meio da cena. Ele é quem, muitas vezes, guia a alma até as balanças. De um lado, a balança tinha o coração do morto (que os egípcios acreditavam ser a sede da consciência e das ações). Do outro lado, a Pena da Verdade, a pena da deusa Maat, que representava a justiça e a ordem cósmica. Anúbis podia estar ali supervisionando, ou às vezes era ele mesmo que ajustava as balanças, garantindo que o teste fosse justo. Se o coração fosse mais leve ou igual à pena (ou seja, a pessoa viveu uma vida justa), a alma passava no teste e podia ir pro paraíso, o Campo de Juncos. Se fosse mais pesado (vida cheia de maldades, injustiças), a criatura Ammit, que ficava ali perto, uma mistura de crocodilo, leão e hipopótamo (imagina o bicho feio!), devorava o coração, e a alma deixava de existir. Fim de jogo. Anúbis, nesse cenário, representa a seriedade do julgamento, mas também a esperança de que, se você viveu certo, ele tá ali pra garantir que o processo corra bem pra você.

A família do Anúbis: uma história com algumas versões
Agora, quem eram os pais de Anúbis? Aqui a coisa fica um pouco confusa, porque a mitologia egípcia tem umas variações ao longo dos séculos. A versão mais conhecida diz que ele era filho de Osíris e Néftis. Néftis era a irmã de Ísis e Seth. A história conta que Néftis se disfarçou de Ísis e seduziu Osíris. Resultado? Nasceu Anúbis. Mas como Osíris era casado com Ísis, e Seth (marido de Néftis) era o vilão da história (matou Osíris, lembra?), Néftis abandonou o bebê com medo de Seth. Quem encontrou e criou Anúbis foi a própria Ísis. Então, olha só a ironia: Anúbis, filho de Osíris e Néftis, foi criado por Ísis, que virou a grande protetora de Osíris depois que ele morreu e virou o rei do submundo. Mas tem outras versões mais antigas que diziam que Anúbis era filho de Rá ou até mesmo de Seth com Néftis. Variava muito de região pra região e de época pra época. É tipo aquelas fofocas de família que ninguém sabe direito a versão original.
Você pode se perguntar: se Anúbis era o deus principal do mundo dos mortos lá no começo, por que depois Osíris virou o rei do pedaço? Isso aconteceu principalmente durante o Império Médio (por volta de 2055 a 1650 a.C.). A história de Osíris, Ísis, Seth e a ressurreição ficou super popular e central pra crença no pós-vida. Osíris virou o símbolo da renovação, da vida que renasce, do rei ideal. Com isso, ele assumiu o trono do submundo, virando o juiz principal e o rei dos mortos abençoados. E o que aconteceu com Anúbis? Ele não foi “rebaixado”, ele meio que mudou de função principal. De “rei do além”, ele passou a ser o especialista em rituais funerários e o guia no caminho. Ele continuou sendo super importante, tipo o braço direito de Osíris nesse processo todo. Ele ainda estava na pesagem do coração, ainda cuidava do corpo, ainda guiava a alma. Só não era mais o governante supremo do lugar.
Anúbis na cultura pop e descobertas recentes
Sabe que o Anúbis continua super presente até hoje? Não, ninguém tá mumificando gente por aí e chamando por ele, mas ele é um ícone cultural forte. Aparece em filmes, videogames (tipo “Assassin’s Creed Origins”), séries, livros. O visual dele é muito marcante, né? Aquele cara misterioso com cabeça de chacal ligado ao submundo sempre gera fascínio. E na vida real, nas pesquisas? Arqueólogos continuam encontrando referências a ele. Por exemplo, nas escavações mais recentes na vasta necrópole de Saqqara, ao sul do Cairo, túmulos milenares continuam sendo descobertos. Muitos deles têm decorações, textos e artefatos relacionados aos rituais funerários e ao julgamento do pós-vida, e claro, as imagens de Anúbis estão por toda parte ali, mostrando o quanto ele era central praquelas pessoas na hora de se prepararem pro que viria depois. Cada nova descoberta que mostra a arte e os textos nos túmulos só reforça o papel essencial que ele tinha na religião egípcia antiga, desde a porta de entrada pro além até o grande teste final.
Então, o que a gente leva do Anúbis?
o fim das contas, o Anúbis é um personagem fascinante porque ele representa essa passagem, essa zona cinzenta entre a vida e a morte. Ele não é a morte em si, mas o processo que vem com ela. É o guardião que te recebe, o artesão que prepara seu corpo, o guia que te mostra o caminho e o supervisor que garante que o julgamento seja feito. Ele simboliza a seriedade e a sacralidade dos rituais funerários pra cultura egípcia. Ele nos lembra que, pra eles, a morte não era um ponto final absoluto, mas uma transformação, uma porta pra outro tipo de existência, e ter um guia como Anúbis era fundamental pra não se perder no meio do caminho. Os símbolos dele, como o chacal, a balança e os objetos de embalsamamento, contam essa história toda sem precisar de muitas palavras.
Bom, é isso sobre o Anúbis. Ele é um dos deuses mais importantes do Egito antigo, com um papel chave na morte, mumificação e na jornada pro pós-vida. Um verdadeiro especialista em transições, com um visual inconfundível e uma história que se entrelaça com os mitos mais famosos do Egito. Espero que essa conversa rápida tenha te dado uma boa ideia de quem ele era e por que ele é tão lembrado.
FAQ
Por que Anúbis tem cabeça de chacal?
Ah, os chacais viviam perto dos cemitérios no deserto. Por isso, os egípcios logo associaram esses animais à morte e Anúbis, como deus protetor dos mortos e dos túmulos, ganhou essa forma animal.
Anúbis era um deus mau?
Não, de jeito nenhum! Ele não era mau. Ele era o deus dos rituais funerários, da mumificação e guiava as almas. Representava um aspecto necessário e sagrado da vida, a transição.
O que acontecia se o coração fosse mais pesado que a pena?
Se no julgamento o coração fosse mais pesado que a Pena de Ma’at, significava que a pessoa não tinha vivido uma vida justa. Aí, o coração era devorado por Ammit, e a alma deixava de existir pra sempre. Sem pós-vida pra essa alma.
Anúbis ainda é importante pra alguém hoje?
Bom, não é mais adorado como um deus religioso. Mas ele é super importante na cultura popular, aparece em filmes, jogos, e pra quem estuda história e mitologia, ele continua sendo um dos personagens mais fascinantes do Egito antigo.
Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia e História, e Pós Graduação em Educação Especial e Inclusiva. Especialista em Educação Básica, SEE MG. Entre em contato comigo pelo email andressa.ac17@gmail.com ou pelo @andressacarvalh0, ou por por qualquer endereço do Ibuma.