Um Brasil em transformação
O fim da escravidão e o surgimento da República foram dois eventos marcantes na história do Brasil, separados por apenas um ano, mas profundamente conectados. Em 1888, a Lei Áurea encerrou oficialmente mais de 300 anos de escravidão. Em 1889, a Proclamação da República colocou fim à monarquia brasileira. Este texto trás como esses eventos se entrelaçaram, moldando um novo Brasil.

O contexto da abolição em 1888
Pressões econômicas
A abolição não aconteceu apenas por razões morais ou humanitárias. Havia também uma forte pressão econômica. No final do século XIX, o modelo de produção baseado no trabalho escravizado estava em colapso. O avanço do capitalismo global exigia mão de obra livre e o Brasil, como uma das últimas nações a manter a escravidão, enfrentava dificuldades para se integrar ao mercado internacional.
Movimentos sociais
O movimento abolicionista, composto por intelectuais, jornalistas, estudantes e ex-escravizados, ganhou força. Atos de resistência, como fugas em massa e a formação de quilombos contemporâneos, mostravam que a população negra escravizada não aceitava mais o sistema. Essa resistência interna, combinada com a pressão externa de países como Inglaterra, pavimentou o caminho para a abolição.

O impacto imediato da Lei Áurea

A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, marcou o fim da escravidão no Brasil. No entanto, esse ato, embora histórico, não veio acompanhado de medidas que garantissem uma transição justa para os ex-escravizados. Milhões de pessoas libertas foram deixadas à própria sorte, sem acesso a terra, educação ou trabalho digno.
Por outro lado, a Lei Áurea causou descontentamento entre a elite agrária. Muitos fazendeiros se sentiram traídos pela monarquia, que havia decretado o fim da escravidão sem oferecer qualquer tipo de compensação financeira. O agro é pop. rsrs
A relação entre a abolição e a queda da monarquia
O descontentamento da elite agrária foi um dos fatores que enfraqueceu a monarquia. Sem o apoio dessa classe poderosa, o Império perdeu um de seus principais pilares de sustentação. Além disso, setores do exército, inspirados por ideais republicanos e positivistas, também passaram a questionar o regime monárquico.
A falta de reformas profundas após a abolição também contribuiu para o sentimento de insatisfação. O Império foi percebido como incapaz de liderar o país em um momento de mudanças sociais e econômicas. Isso abriu caminho para que os republicanos ganhassem mais espaço.
O início da República e seus desafios
A República trouxe mudanças no sistema político, mas não resolveu problemas fundamentais da sociedade brasileira. Os ex-escravizados continuaram marginalizados, sem acesso a direitos básicos. A concentração de terras e a desigualdade social permaneceram como marcas do Brasil republicano.
Por outro lado, o novo regime enfrentou desafios para se consolidar. Havia uma divisão entre diferentes grupos republicanos, como os positivistas e os liberais, além de resistências por parte de monarquistas.

Conclusão: O legado de 1888 e 1889
A abolição da escravidão e a Proclamação da República foram eventos que marcaram profundamente o Brasil. Enquanto 1888 representou o fim de um sistema opressor, 1889 abriu um novo capítulo político. No entanto, os dois momentos também evidenciaram a incapacidade das elites de promover transformações sociais profundas.
Hoje, refletir sobre esse período nos ajuda a entender as raízes das desigualdades que ainda persistem no Brasil. O desafio de construir uma sociedade mais justa e igualitária permanece, e o aprendizado com o passado é essencial para que possamos avançar.
Veja como foi a chamada República velha 1889
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Fontes para pesquisa:
Graduação em licenciatura plena em Pedagogia e História, e pós graduação em Educação Especial e Inclusiva. Entre em contato comigo pelo email andressa.ac17@gmail.com ou pelo @andressacarvalh0, ou por por qualquer endereço do Ibuma.
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